11/11/10

... para ti

Um dia cheguei a casa e já lá não estavas. Tinhas partido. Há muito que preparavas a tua ida, só eu não me tinha apercebido.
Faz hoje oito dias que foste. Desde aí tudo mudou. Há muito que não parava e me sentia a mim mesma. Foi há oito dias que foste, mas parece que foi há muito tempo. Parece que vivemos juntos cinco anos, mas afinal foram apenas seis ou sete meses. E foi tão bom…
Não pediste para ficar e felizmente, não pediste também para partir. Tinhas que o fazer e fizeste.
O amor é isso mesmo. Não podemos pedir aos outros para mudar. Se não estamos bem, nós é que temos que partir. És tão crescido! Há quem diga exactamente o oposto. Que fugiste, não tentaste resolver as coisas. Eu não. Foi a maior prova de amor que me podias ter dado…
Por vezes precisamos disso mesmo. Ficar sós para sentir, para nos sentirmos a nós mesmos. Sentir, sentir, sentir….
Cresci tanto nestes últimos dias. Olho para o espelho e sorrio. Amo a mulher que hoje ali se reflecte. E amo o homem que me fez enxergar essa mulher. Não receio nada. Aprendo apenas a gerir a saudade. Essa é diferente. Faz chorar.
Não sei se um dia vais voltar. Não sei tão pouco se quero que voltes. Quero apenas amar-te. E agora sim, só agora te amo de verdade. Sinto prazer em ter-te longe. Sinto prazer em fazer-te feliz. Sim, porque só agora é que te estou a fazer verdadeiramente feliz. E é tão bom…
Nascemos, crescemos, vamos para a escola. Ensinam-nos a ler, escrever, fazer contas. E porque será que ninguém nos ensina a amar?!!
Gostar de alguém é tão difícil! E tão bom! Gostar de nós é tão importante. Sinto tantas coisas, tenho tanto para te dizer, mas parece que não consigo.
Durante anos lamentei-me por não poder amar, por não poder cuidar. E agora que te tive, não soube cuidar de ti. Isso não me agonia. Não soube cuidar de ti, porque não sabia ainda gostar. Nem de ti, nem de mim. Se não tivesses existido na minha vida, ainda hoje não saberia.
Um dia disseste-me que os nossos passados eram opostos, daí a nossa forma de estar ser tão diferente. Eu tinha sido maltratada durante anos, talvez por isso, não confiar em ti. Tu tinhas perdido alguém, por um dia teres sido também como eu. Só agora entendo na perfeição o que me tentaste dizer.
Nunca ninguém me amou como tu. A tua partida foi a prova desse amor. Se não partisses, nunca iria entender isso. Ou pelo menos tão cedo.
Há oito dias atrás era tão garota!!!... Desde o primeiro dia que te tive, senti logo medo de te perder.  Achava isso normal, saudável até!! Então… se gostava de ti, era normal – pensava eu. Inconscientemente, aos poucos, fui-te tentando retirar de todos os perigos, de todas as ameaças. Tentei trazer-te para a minha toca. Só aí, o nosso amor estaria a salvo, só aí não haveria perigo. E estupidamente não me apercebi, que o perigo era eu. Eu é que te estava a destruir!! A ti, a mim, a nós! Que estupidez!
Amar é tão diferente disso. E só agora percebo e sinto isso com toda a clareza.
Sinto vontade de chorar. Estou triste. Podia ter sido tão, mas tão feliz… Não, não podia, E aí é que está toda a diferença. Naquela altura não percebia o que hoje percebo e sinto.
Ontem saí! Estava linda! Os piropos que toda a noite ouvi, fizeram-me sentir viva. Os piropos às vezes sabem bem….
Estive toda a noite com um homem, um homem que conheço há anos, mas que só ontem conheci de verdade. Falámos de amor a noite inteira. Que homem encantador! E foi com ele que descobri o quão estou bonita. Gostava que me visses agora, que me sentisses. Será que sentes? Se calhar sim!
Apetecia-me beijar-te. Sentir os teus lábios carnudos, molhados a deslizar por entre os meus…. agradecer-te pelo bem que me fizeste, pelo bem que me estás a fazer. És tão bom para mim. Sinto-me tão bem!

Sinto saudades da tua pele. Do teu corpo. Mas é engraçado, é uma saudade diferente de toda a que senti até agora. A tua pele, o teu cheiro, e a saudade que sinto disso é um culminar da saudade que sinto de ti, da tua imensidão de pessoa. Sinto as tuas mãos a acariciar o meu corpo. A tua mão a aconchegar os meus seios. Mas não são os seios! Às vezes dizia-te que me sentia uma boneca, um objecto sexual. Não conseguia sentir para além da tua mão na minha mama. Até me incomodava às vezes. Agora que aqui não estás, a tua mão está aqui. Dá-me tranquilidade. Entesoa-me. Sinto-me tão excitada que nem consigo descrever. E impede-me de chorar. Sinto-me tão bem…
Não tenho conseguido dormir muito. Mas durmo bem. As horas que me poupo de dormir, são essenciais para mim. Preciso de passar tempo comigo. E hoje foi o que fiz.
Vesti-me de puta. É tão bom sentir-me uma ordinária! Tu sabes que eu sempre gostei. Mas só hoje te senti como o meu dono.
Estou com muitos pelos. Vou cortá-los todos. Preciso de fazer isso, estou tão bonita nas fotografias que aqui temos. Nunca tinha reparado. Hoje saboreei todos os pormenores. Tenho que comprar lubrificante… daquele. Quero sentir-me toda. Quero-me descobrir.
Eh pá… o meu corpo é tão bom… sinto-me tão livre… os meus mamilos estão tão duros… de tão bem que me sinto.
Os meus sapatos são pretos. Preferia que fossem vermelhos. Mas não tenho. E também não tenho dinheiro para comprar uns. São pretos e são feios.
Nesta última semana emagreci. Também estava a precisar. Gosto muito mais do meu corpo agora. È tão lindo! Cortei umas meias. Atei-lhes um cordão a fazer de ligas. Visto uma saia, mas não uso cuecas. A minha mão desliza pelo meu rabo… está tudo molhado…. consegues sentir?  Claro que sentes… também tu o estás a percorrer.
Finalmente cortei o soutien. Aquele, que parece da tropa. É muito feio mas ficou fantástico. Eleva-me o peito, mas deixa-o à vontade… estão tão tesos os meus bicos. Apetecia-me sair para a rua assim. Com uma camisola fina, de malha e larga. Para que se notasse a forma do meu peito, os seus movimentos. Para que a minha excitação provocasse o olhar de estranhos. De mulheres.
Está uma gaja interessante aqui. Acho que lhe vou mandar uma mensagem. Vou ter com ela. Tu estás tão excitado… sinto o teu cheiro… o teu pénis está duro… tão duro…. Como o lambia agora! Chupava-o até ele me dar o que sempre gostei. A minha sobremesa. Aquele esperma doce ou amargo… e quente.






 Estás a gostar tanto de mim… Agora. Só agora é que podes gostar de mim. Antes nunca te deixei gostar de mim. E tu tentaste… se tentaste!!!
Esse teu queixo tira-me do sério. Apetece-me aleijar-te. Não pelo dor que te provoco, mas sim pelo prazer que tenho em sentir a tua carne. É bom trincar. É um sentir-te de corpo e alma…

Não consigo escrever mais. Vou sentir-me. Vou tocar-me. Vou deixar explodir-me de sensações…
…… vou amar-me!

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